Ou como ser infeliz acompanhado
Um poeta já disse que é impossível ser feliz sozinho,
sinceramente eu discordo. Da mesma forma que é possível sim ser feliz sozinho,
é mais do que possível ser infeliz acompanhado. As pessoas são diferentes, isso
é fato. Tem gente que precisa de mais tempo para gostar de alguém, já outros
amam a primeira vista. Alguns têm dificuldade de comunicação, ou não conseguem
mesmo compreender os próprios sentimentos.
Pra deixar claro, a noção de
relacionamento aqui é a mais ampla de todas, vale para qualquer envolvimento
entre duas pessoas, seja ele sexual, fraternal, ou a boa e velha amizade. O
primeiro erro em um relacionamento é esperar que o outro se comporte da mesma
forma que você. Se eu ligo todos os dias e o outro não, isso não significa que
não goste, são apenas hábitos diferentes. Mas existe uma grande distinção entre
hábitos diferentes e falta de interesse.
Vários amigos dizem que sou muito
paciente, estou sempre dando segundas, terceiras, quartas chances para quem
está a minha volta. Sinceramente não é paciência, essa eu perco com certa
facilidade, apenas sei por experiência própria que existem muitas pessoas com
dificuldades em se relacionar, expressar sentimentos ou mesmo se comportar
diante de certas situações, então tenho por hábito esperar que o outro se
pronuncie ao invés de tirar conclusões precipitadas sobre suas ações (o que me
deixa realmente irritada é quando simplesmente me ignoram sem dar um motivo,
pode ignorar sabe, mas diga por que poxa!). Quantas vezes eram explicações
simples ou mesmo problemas pessoais que impediam o outro de agir de forma “normal”.
O problema está quando insistimos tanto, damos tantas chances, que não
percebemos que o que está acontecendo não é uma dificuldade de relacionamento e
sim simples falta de interesse, e aí surge o Relacionamento Unilateral.
Apenas um se dedica, se esforça, ou
mesmo se importa com o que acontece, enquanto o outro está confortavelmente acomodado,
até porque sabe que tem alguém que vai sempre correr atrás para resolver os
problemas, para fazer “dar tudo certo”. Pode até demorar, em vários casos é
preciso os olhos dos outros para enxergar, mas um dia a pessoa percebe que
apenas ela vê um relacionamento ali e desiste. Sinto informar para a pessoa
acomodada ou desinteressada que se por acaso ela perceber que o outro faz
falta, vai continuar sozinho. Pessoas, como eu, que buscam dar chances e
oportunidades para os outros quando desistem de alguém dificilmente voltam atrás.
Se isso acontecer é porque alguém teve muito trabalho para reconquistar a
confiança do outro.
Todo mundo tem problemas, uns mais do
que os outros, e não tem nada de errado em se esforçar para estar junto de quem
você gosta, somos seres complexos e nossas experiências deixam marcas, boas e
ruins. Ajudar alguém a enfrentar seus medos e dificuldades é muito importante,
mas preste atenção para ver se o outro está realmente interessado na sua ajuda,
pois a parte triste de um relacionamento unilateral é não ser reconhecido como
importante por quem você gosta, é se esforçar e ver-se ignorado o tempo todo.
Dificilmente as formas de expressar o amor serão iguais, mas elas estarão lá se
o interesse existir, então não deixe de investir em quem você gosta, apenas
tenha certeza de que seu esforço não será em vão.
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