Semana passada virou noticia a bronca que a repórter da ESPN deu em um torcedor quando este utilizou o termo bichas pra se referir ao time adversário. Dentro do
mundo do futebol vários termos ofensivos são exaustivamente usados. Na maioria
das vezes os termos são usados com total conhecimento da ofensa proferida, mas
existem poucas pessoas, muitas delas crianças, que não tem a mínima ideia do
que estão falando, apenas repetem para engrossar o coro. (Deixo aqui em aberto
o convite para os amigos entendidos sobre o mundo futebolístico discutirem em
uma coluna as implicações desse costume.)
Assim como as crianças no futebol, muitas pessoas
cresceram ouvindo expressões e termos extremamente ofensivos como algo sem
importância, comum, sem perceberem a extensão dos seus significados e de como
isso atinge milhares de cidadãos. E várias pessoas ao serem questionadas por suas ações
não conseguem encaixar aquilo em algo preconceituoso ou mesmo cruel, entra aí
os nossos amigos do “mas”.
Mas:
Conjunção adversativa. Expressa oposição ou restrição, ou causa de uma ação.
Uma simples palavra faz muito diferença,
principalmente o “mas”. Por muitas vezes quem a utiliza em contexto parecido ao da imagem acima tende realmente a acreditar que não tem preconceito sobre nada. Escondido nesse
“mas” estão todas as suas reclamações e discordâncias sobre a situação.
“Eu não sou
homofóbico, mas não gosto de ver dois homens se beijando.”
“Eu não sou
racista, mas acho que todo negro andando na rua quer me assaltar.”
“Eu não sou machista,
mas acho que mulher com roupa muito curta tá pedindo sim.”
Esse mesmo preconceito escondido no “mas” está presente
nas incansáveis defesas feitas por diversas pessoas principalmente quando o
assunto é a sexualidade. O fato de se sentir ofendido quando alguém diz algo a
respeito demonstra claramente que a pessoa tem sim problemas com isso.
Ao ver esse desabafo do Junior (xingando muito no
twitter em 2009), eu me lembrei de uma entrevista do ator Johnny Galecki (o
Leonard de The Big Bang Theory) de 2010 quando comenta sobre os rumores de
ele ser gay, e diz simplesmente assim:
“Why defend yourself against
something that’s not offensive?”
A partir do momento que você se sente ofendido com
alguma expressão ou situação, é impossível dizer que ao repeti-la sua intenção
não é a de provocar incomodo na outra pessoa. Se você que estiver lendo esse
texto por acaso se sente assim com alguma coisa, pare para pensar. Quando a
situação ocorrer analise seus pensamentos e sentimentos, questione se aquilo
foi uma resposta automática, ou se realmente você não se sente confortável com
o que vê. Ter consciência daquilo que sente e pensa é muito importante, é possível
mudar se assim desejar, pois podemos sim fazer com que essas frases parem antes
do “mas”.
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