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domingo, 22 de março de 2015

como assim funk não é cultura?

 [post induzido por viagem longa dentro de veículo automotor lotado de seres humanóides]

Eu gosto de observar pessoas. Elas são fascinantes. Parte do cientificismo (???) é porque é uma forma de eu me manter acordada durante o trajeto para o estágio, logo observar a Humanidade se torna uma atividade bem recreativa e estimulante quando se há um tópico definido (E quando se consegue ficar acordada, né? Estagiária de Morfeu 24/7).

Vamos ao breve relato de caso então?

Ônibus lotado, silêncio absoluto antes da partida, em meus ouvidos há o batidão de um funk especial. Calma minha gente, que eu explico (É só a marca do fogão?): essa que vos fala é chegada num funk. Respeito qualquer tipo de manifestação musical de cunho cultural, mesmo que seja degradante aos olhos de uma certa ótica classe média, família tradicional brasileira.
(Fala mal de funk, mas sabia as letras do É o Tchan e o Pagode da Amarelinha de cor e salteado, né?)


As perguntas feitas para entender a experiência são:
1 - o que as pessoas estão deliberando internamente ao ouvir funk às 7h da manhã em um ônibus lotado?

2 - em que medida as letras de sentido obscuro e profundo podem estar influenciando a maneira de pensar d@ camarad@? Seria possível que talvez ao ouvir essas músicas ele esteja montando todo um cenário imaginário em sua mente?

Aí a razão desse post, o Comédia MTV alguns anos atrás deixou essas duas pérolas de puro conhecimento genial. Todas as aulas que ando tendo estão simplesmente me forçando a repetir alguns versos - o que pode ocasionar em um mal entendido do caramba.



O repertório da playlist em meus ouvidos vai para Kraftwerk, os fones de ouvidos vazam as batidas eletrônicas dos alemães precursores da música eletrônica, synth pop e EBM. Não satisfeita com a primeira parte, deixo-me levar pela letra interessante de Gaiola das Cabeçudas, a 2ª parte soa mais alta em meus ouvidos, abafando o protesto do inquieto passageiro ao lado - um guri trajado do mais puro modo rock 'n roll bebê possível que retrucou a manifestação em meus ouvidos com solos imaginários de air bateria e cantarolando uma música super deprimente da época do grunge.



A mudança de ônibus pode fazer o passageiro mais tranquilo, mas o olhar dirigido por uma senhora ao me pedir informações sobre o próximo ônibus e ouvir o batidão ecoar dos fones declara o óbvio: como poderia eu me atrever ouvir funk?! Que audácia a minha!

Tudo bem, pois é Gaiola das Cabeçudas, logo não há medo de estar sendo dragada para um buraco fundo interdimensional do puro desprezo musical alheio.

Podia ser pior, podia ser sertanejo hi-tech dor-de-cotovelo over 9000.

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