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terça-feira, 3 de março de 2015

A tecnologia é uma péssima mãe

A tecnologia não soube educar seus filhos. Não é de hoje que percebo o quanto ela nos transformou em criaturas mimadas.
Posso dizer que vi quando ela chegou até nossas casas. Na minha infância ter um telefone residencial não era pra todo mundo, celular era coisa de gente rica, e internet então, nem sabia que existia. Pra falar com alguém que não estava por perto era preciso paciência, se ligasse em casa e a pessoa não estivesse, tinha que esperar voltar, até deixava recado pra quando ela chegasse retornar a ligação. Pra quem não tinha telefone, muitas vezes era necessário ligar para o vizinho e pedir para chamar a pessoa em questão, isso dava trabalho, ou seja, só ligava se tinha algo importante a tratar e que não pudesse ser feito em outro momento.
Atualmente falar com alguém é muito fácil. A internet está no celular, que fica grudado em nossas mãos quase que 24 horas por dia (conheço gente que dorme agarrado com o aparelho oO). Existem várias formas de entrar em contato sendo por ligação, sms, whatsapp, chat do facebook, etc. E esse excesso de facilidade nos transformou em um bando de resmungões. Se alguém demora pra responder já ficamos irritados (me coloco nesse balaio, infelizmente já me peguei muitas vezes olhando o celular a cada dois minutos esperando ler a resposta da pessoa) e a maioria são conversas triviais, nada de importante está sendo discutido, mas o pior de tudo, é se visualizar e não responder, minha nossa, aí o mundo acaba (também to nessa ¬¬ ).
E essa urgência que sentimos é totalmente sem sentido. Passei muito tempo sem me importar com isso, esperava tranquilamente para falar com alguém na sala de aula, ou no trabalho. Não ficava grudada no celular, mas admito que meu discman tava sempre comigo, além de muita pilha reserva pra aguentar o tempo que passava fora de casa.
Mas o que eu considero pior nesse excesso de tecnologia é a muralha que foi criada. Sim, ela serviu para diminuir distâncias, mas também fez surgir abismos entre pessoas próximas. Somos zumbis andando pelas ruas, grudados em seus smartphones, esbarrando em tudo e todos, sem prestar atenção no que acontece a nossa volta.
Dificilmente combinamos de sair com alguém pra jogar conversa fora, é tão mais simples abrir uma janela no computador e ficar ali deitado digitando. Não se convida mais a galera para ir até sua casa ouvir aquele CD novo, hoje em dia compartilhamos o link do Youtube e tá tudo certo. Nossos pais não conhecem mais nossos amigos, porque eles estão todos ao alcance de um click, mas dificilmente visitam a nossa casa.
Eu admito que essa facilidade em conversar com as pessoas é útil, muitos problemas que demorariam dias são resolvidos em segundos. Mas a falta do olho no olho, nos transforma em seres distantes, que não visualizam realmente aqueles com quem estamos conversando. Veja o exemplo disso em todos os discursos de ódio nos comentários espalhados por aí. 
Nos tornamos crianças mimadas que não gostam de esperar muito tempo por uma resposta e que abominam serem contrariados. A mãe dessa geração esqueceu de ensinar a seus filhos paciência e compreensão, talvez agora seria o momento para alguns puxões de orelha e castigos educativos, mas essa mãe infelizmente é muito permissiva e aparentemente as crianças vão continuar esperneando enquanto não conseguirem o que querem.

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