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sexta-feira, 27 de março de 2015

Romantic or Creepy? #5

Pra acompanhar uma sexta-feira chuvosa nada melhor que uma música gostosa não é mesmo. E hoje eu escolhi uma que empolga a todos sempre que toca, tem um ritmo muito bom e a voz da Deborah Harry a faz ficar super sexy. Agora a letra já é um caso a parte.


Blondie - One Way or Another 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Impressão está nos olhos de quem vê.

- Não sei por que, só não gostei dela. Não gostei daquele jeito de falar, daquele sotaque e como ri. Tenho a impressão de que é uma pessoa insuportável.

Pensei eu, certa vez, sobre uma menina linda e sorridente que estudava na mesma sala que eu, num semestre qualquer da faculdade.
Eu não a conhecia, apenas via perambular, falar e gesticular pelos corredores do curso.

Segundo o Dicionário Priberam conhecer é; ter conhecimento de, ter relações com, saber o que é e ter total noção de.

Eu não sabia como ela era de fato, não tinha conhecimento dela e muito menos relações. Como eu podia ter uma impressão? Como eu poderia descrevê-la insuportável?

Bom, quem nunca?!

E o mais irônico da vida? Bastaram algumas semanas para, por algum motivo que não lembro qual, eu ter que falar com ela (acho que acabamos desenvolvendo alguma atividade, em sala, juntas). A coisa toda foi acontecendo naturalmente, conversa aqui, troca deias, alguns sorrisos, adiciona no Face ali, ficam amigas acolá...

- Péra! Cuma?

Sim, isso mesmo, ficamos amigas.

Eu comecei a conhecê-la de fato e descobri que ela era totalmente o contrário do que eu imaginava, e que além de ser uma mulher muito forte, independente e lutadora ainda estava passando por um problemaço. Eu entrei por vontade própria naquele barco e dei meu apoio, meu ombro e minhas palavras. E tudo aconteceu! Acompanhei o processo de baixo, de alto, da Fênix. Hoje ela está feliz, realizada e continua linda, sorridente e guerreira.
Lembro que ouvi dela a seguinte frase: “O meu socorro veio de onde eu menos esperava.” (Óbvio, afinal de contas ela sentia minha antipatia, que tive a inteligência e bom senso de quebrar.).

Foi um belo tapa na cara que recebi da vida!

Impossível não termos impressão de alguém, aquela primeira impressão.
É inevitável o julgamento inicial e em alguns casos a antipatia gratuita.
Eu não vejo problema nisso, desde que seja mantido em segredo na nossa mente e sujeito a alterações, ou seja, criteriosamente questionado por nós mesmos, forçando-nos a conhecer a pessoa para nos convencer do contrário ou de que tínhamos razão. (Pode acontecer!)
Se for para definir (expor) alguém, que o conheçamos (de verdade) primeiro.
Se assim não for, melhor que diga “não sei”. Como diria o filósofo Zeca Pagodim: ♪...nunca vi, nem comi, eu só ouço falar...♪

A questão é: a primeira impressão NÃO É a que fica!
Não deve ser a que fica.

Eu penso que nunca conhecemos por completo alguém numa só vida. Sempre temos algo a descobrir de novo. Claro que com o tempo as novidades vão diminuindo, gravamos hábitos, defeitos e qualidades, sabemos os gostos, os mal gostos, onde mora ou morou, as histórias mais cabulosas, as surpreendentes, as bebedeiras e suas consequências, o wi – fi conecta automaticamente na casa da pessoa, a geladeira nos é familiar e aquele restinho de Pureza é compartilhado sem remorso. Ainda assim sempre estaremos em um processo de conhecimento do amigo, da amiga, dos amores, do amor e da vida.

A grande sacada da impressão é que ela não é culpa de quem passa, mas, de quem a cria.
Agimos por quem realmente somos (ou deveríamos pelo menos), os que chegam depois é que criam, em cima disso, uma impressão.

Queridinha! 
Ou seja, nessa vida não devemos passar impressão de nada, apenas ser nós mesmos. As pessoas que nos observam, nos avaliam e nos julgam que sejam capazes de nos compreender, nos interpretar e nos amar, como somos. E que isso seja always recíproco.

(Se esse meu texto for lido/avaliado por uma amante da gramática, ela irá me crucificar de cabeça para baixo, de tantas vezes que repeti a palavra "impressão"... hehe)

Ósculo pandástico em tod@s.

domingo, 22 de março de 2015

como assim funk não é cultura?

 [post induzido por viagem longa dentro de veículo automotor lotado de seres humanóides]

Eu gosto de observar pessoas. Elas são fascinantes. Parte do cientificismo (???) é porque é uma forma de eu me manter acordada durante o trajeto para o estágio, logo observar a Humanidade se torna uma atividade bem recreativa e estimulante quando se há um tópico definido (E quando se consegue ficar acordada, né? Estagiária de Morfeu 24/7).

Vamos ao breve relato de caso então?

Ônibus lotado, silêncio absoluto antes da partida, em meus ouvidos há o batidão de um funk especial. Calma minha gente, que eu explico (É só a marca do fogão?): essa que vos fala é chegada num funk. Respeito qualquer tipo de manifestação musical de cunho cultural, mesmo que seja degradante aos olhos de uma certa ótica classe média, família tradicional brasileira.
(Fala mal de funk, mas sabia as letras do É o Tchan e o Pagode da Amarelinha de cor e salteado, né?)


As perguntas feitas para entender a experiência são:
1 - o que as pessoas estão deliberando internamente ao ouvir funk às 7h da manhã em um ônibus lotado?

2 - em que medida as letras de sentido obscuro e profundo podem estar influenciando a maneira de pensar d@ camarad@? Seria possível que talvez ao ouvir essas músicas ele esteja montando todo um cenário imaginário em sua mente?

Aí a razão desse post, o Comédia MTV alguns anos atrás deixou essas duas pérolas de puro conhecimento genial. Todas as aulas que ando tendo estão simplesmente me forçando a repetir alguns versos - o que pode ocasionar em um mal entendido do caramba.



O repertório da playlist em meus ouvidos vai para Kraftwerk, os fones de ouvidos vazam as batidas eletrônicas dos alemães precursores da música eletrônica, synth pop e EBM. Não satisfeita com a primeira parte, deixo-me levar pela letra interessante de Gaiola das Cabeçudas, a 2ª parte soa mais alta em meus ouvidos, abafando o protesto do inquieto passageiro ao lado - um guri trajado do mais puro modo rock 'n roll bebê possível que retrucou a manifestação em meus ouvidos com solos imaginários de air bateria e cantarolando uma música super deprimente da época do grunge.



A mudança de ônibus pode fazer o passageiro mais tranquilo, mas o olhar dirigido por uma senhora ao me pedir informações sobre o próximo ônibus e ouvir o batidão ecoar dos fones declara o óbvio: como poderia eu me atrever ouvir funk?! Que audácia a minha!

Tudo bem, pois é Gaiola das Cabeçudas, logo não há medo de estar sendo dragada para um buraco fundo interdimensional do puro desprezo musical alheio.

Podia ser pior, podia ser sertanejo hi-tech dor-de-cotovelo over 9000.

O que te faz amar uma pessoa?



           Um dia alguém me perguntou por que eu gosto tanto do Calvin e Haroldo, e eu não soube responder. Ahhh talvez porque ele fala muita coisa sem a menor cerimônia, ou porque o traço é muito fofo, ou porque ele tem um tigre de pelúcia que interage com ele e só com ele, porque ele vive num mundinho particular, como qualquer criança de seis anos... A verdade é que eu realmente não sei. Um dia li uma tirinha num livro didático de português, acho que da quinta série, e me apaixonei. Com objetos, músicas, bichos, etc. costuma ser assim também, eu não sei por que, eu simplesmente gosto. Com as pessoas não seria diferente, posso citar várias características legais em alguém, mas o motivo real de amar, eu não sei, e acho que isso é o barato da coisa.
          Pessoas não podem ser definidas por uma única característica ou mesmo por várias, seres humanos são muito complexos para qualquer definição. Geralmente as pessoas que eu mais gosto são as que mais ficam em silêncio comigo, sabe quando alguém não precisa falar nada, só estar ao seu lado? Ou te dando um abraço, ou dizendo com um olhar que “vai ficar tudo bem”? Porque parece que no silêncio você vê o todo e o nada, talvez seja a química, física ou algo do tipo? Talvez seja algo além do corpo, algum encontro em outra dimensão, como nos sonhos, que muitas vezes você não fala e nem escuta apenas sente as coisas. Enfim, não há nada de errado em dizer um “não sei” ao responder um porque você gosta disso ou daquilo, ou de alguém, algumas coisas a gente não precisa entender.

“Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?”

Ouvindo:

 


sexta-feira, 20 de março de 2015

Romantic or Creepy? #4

Chegamos a mais uma sexta-feira, ou seja, é chegado o dia do romantismo aqui no blog. Quem me conhece sabe que eu amo Roupa Nova, sei praticamente todas as letras e canto a plenos pulmões, mas isso não quer dizer que eu não vou utilizar aqui uma de suas músicas mais conhecidas. É uma letra fofa? Com toda certeza é, mas ela é acima de tudo, o Hino da Friendzone!



Roupa Nova – Meu Universo é Você

quinta-feira, 19 de março de 2015

Fugindo do Final Feliz

A eterna busca do final feliz e como isso nos impede de vivermos a felicidade em cada momento de nossas vidas


Vendo a postagem sobre os diferentes tipos de amor da Monja Jetsunma Tenzin (não viu!? clique aqui) acabei perdida em pensamentos, dialogando internamente e lembrando como esse amor romântico nos leva a esperar por algo que resolva nossos problemas e traga a felicidade plena, ou o tão conhecido Final Feliz.



E viveram felizes para sempre.... é com essa frase que normalmente terminam nossos amados contos de fadas. O que é preciso para que esse final ocorra? A principio precisamos de uma princesa, uma história cheia de percalços e por muitas vezes triste, e um príncipe que surge do nada, em um cavalo branco, e resolve todos os problemas.

Epa, tu não é príncipe cara! ¬ ¬

sábado, 14 de março de 2015

[poesia] Pensamento

Não procuro presentes, alardes ou declarações de amor,
Só espero um alguém que ligue para dizer que está com saudades,
Que se sinta feliz com a minha presença,
Aquele alguém que ao lembrar de você sorria sem perceber,
Que busque um espaço no dia pra dizer “ei, pensei em você”

momentos de reflexão reflexiva - amor genuíno e apego

Assim como fico a maior parte de meu tempo ocioso em cima de uma árvore ou comendo bambu, creio que há alguns assuntos a serem tratados aqui em nosso sofá que podem ser esclarecedores - e porque não - aliviadores.

Uma das malévolas aqui estava a browsear o SeuTubinho e encontrou uma fala interessante sobre Amor. A Monja Jetsunma Tenzin Palmo é uma das poucas mulheres a falar constantemente com as diferentes mídias sobre os ensinamentos do budismo tibetano.



Não preocupa que panda aqui tá tranquilis, aproveitar esse fim de semana e abraçar uns amigos ursos (bi)polares...

sexta-feira, 13 de março de 2015

Romantic or Creepy? #3

Essa semana foi difícil ficar em frente ao pc pra escrever (estar em fase de transformação para vampiro dá nisso ¬¬), mas eu não queria deixar de colocar aqui mais uma música. A escolhida de hoje tem uma letra muiiito fofa. Tá, nem tão fofa assim, mas pra quem tem problemas em expressar seus sentimentos é um ótimo exemplo.

Limp Bizkit – Eat You Alive

domingo, 8 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher

Super Mamika de Sacha Goldberger

Não seja babaca.
Não agradeça ou tente fazer mimos para as humanóides com cromossomo X duplicado nesse dia.

Aliás, vamos ser mais realistas?
Vamos ter um pinguinho de respeito e alteridade e se colocar no lugar delas?
Pratique um bocadão de humanidade todos os dias.
O mito do incêndio na fábrica têxtil pra justificar feriado?
(Vai pesquisar, jacu, vai pesquisar!)

Realmente PRECISA alguém morrer violentamente para o resto do mundo notar que a pessoa faz diferença?
(Oh os mártires, o que faríamos sem eles?)
Que precisa de "feriado consumível"?
Que precisa de atenção, carinho, amor, ternura, respeito?
Vamos usar o bom senso?
Sério que precisa de UM ÚNICO MALDITO DIA NO ANO para lembrar-nos que precisamos ter isso com alguém semelhante?

Sério mesmo?
Dia Internacional da Mulher?
Precisa mesmo de data marcada pra lembrar de ser... civilizado?

Links para se deliberar nesse feriado:
Não seja babaca.

(Lembre-se: enquanto você está lendo isso ou distribuindo beijinhos, abraços e flores para as mulheres que cercam sua vida, outras estão sendo vítimas de violência injustificável, crua e irracional.)

sexta-feira, 6 de março de 2015

Romantic or Creepy? #2

Tentando seguir o que propus na semana passada, aqui está outra musica pra analisar se é apta para uma declaração de amor ou não. Outro clássico de casamentos (sério, qual o problema com esses djs de casamento heim?? oO), casais dançando abraçados e repetindo o refrão a plenos pulmões.

OBS: Só pra deixar claro, tem muita ironia e sarcasmo nesse texto, pensem assim quando estiverem lendo! :D

Whitney Houston – I Will Always Love You




O vozeirão dela cantando é realmente de arrepiar, é linda de ouvir, a melodia é sensacional, e sim, ela é uma música que fala de amor, mas é uma despedida, um “adeus”, um “nunca mais nos veremos”! Essa é uma forma sutil de dar um fora em alguém, apenas com um “ouça essa música, ela é tudo que eu tenho pra lhe dizer”.

quinta-feira, 5 de março de 2015

[poesia] Ode ao stalkerzinho

Sei que estás longe, mas tão perto
Tão atencios@, ainda desperto
Mas se por acaso aumentar seu apreço
E por acaso descobrir meu endereço
Irei fazer algo a respeito.

Obrigada.
(Pelos page views, não por ficar buscando informações sobre a gente)

Legenda: Falou besteira, levou na fuça! (Fonte: FYReactions Tumblr)

[poesia] Uma noite mal dormida

Uma noite mal dormida
O corpo não consegue descansar
A dor te deixa em torpor
E a mente não para de trabalhar
E tudo que você pode fazer é pensar
De olhos abertos encarando o teto
As lágrimas escorrem pelo rosto
A respiração parece quase desaparecer
Você sente seu corpo tremer
Pedir por uma ajuda que não pode ter
E então você parte pra ilusão
Cria um mundo novo, usa a imaginação
E ali você permanece até perder-se no tempo
E quando a dor por um instante some
E você acredita vencer
Ela ressurge mais forte
E te faz esmaecer
Naquele momento de puro vazio
Você fica livre de tudo
E procura no silêncio a resposta pra sua dor
A resposta não vem, mas o sol já raiou
E é preciso levantar, pois o mundo não vai parar
Um sorriso no rosto você tem que vestir
Dizer tudo bem é o texto a seguir
Mas quando se vê sozinha mais uma vez
Você engole o choro para não transparecer
Que a dor não te deixou nem por um segundo
E que ficar em pé é um esforço hercúleo
Nesse momento apenas deseja alguém para se amparar
Pra dizer que tudo vai melhorar
E que por um momento você possa esquecer
Fechar os olhos e apenas ouvir
“Deixa que eu cuido de você”





quarta-feira, 4 de março de 2015

Habilidades que eu não tenho

Tem muita coisa que eu não sei fazer, e sei que nunca vou aprender. Tem muita coisa que me disseram que eu nunca vou conseguir fazer, e eu acreditei. Que besteira, porque deixar que as pessoas me digam o que eu posso ou não fazer da minha vida?
Sempre quis ter habilidades com as mãos (não pensem besteira, esse é um blog de família cof cof cof ), obviamente nunca tive, pra nada. Me imaginava pintando, escrevendo lindos textos, poesia, costurando, enfim, nada nunca deu certo. Um dia tentei mudar um tênis que eu tinha colando tecido nele (que ideia né?) o coitado foi para o lixo, não tinha mais conserto. Durante um mês fiz aula de corte e costura, comi tanto tecido no overlock que no final quase não sobrou pra fazer uma calça. Dentre outras mil coisas que nunca deram certo, que por medo, ou vergonha, porque as pessoas me diziam que não ia dar certo, eu sequer tentava. Ai eu cresci e comecei a pagar minhas contas, ou seja, se eu estragar eu vou lá e compro outro, seus bobos. Ta, nem sempre é simples assim, mas né... Então, há alguns meses decidi investir num grande empreendimento: encapar caixas de papelão com tecido para servirem de porta CDs no meu antigo estágio, e vejam só, deu certo! Sim, e elas ficaram lindas, um luxo, tudo muito lindo de viver (menos Thaís, menos).
Como deu tudo certo, resolvi colocar em prática outra ideia que já tinha vontade de fazer há muito tempo.   Quem me conhece sabe que eu amo as tirinhas do Calvin e Haroldo, ahh você não conhece? Como assimmmmmm? Entra aqui nesse site http://depositodocalvin.blogspot.com.br/ e veja com seus próprios olhos como esse garotinho de seis anos e seu tigre são encantadores. Lindos né? É eu sei. Sempre quis ter algo deles no meu quarto (também conhecido como melhor lugar do mundo, só por mim no caso, ou não) e não bastava só ter quase todos os livros que foram lançados com as tirinhas, tinha que ter mais. A ideia inicial era fazer uma pintura numa das paredes do quarto, o que sairia bem caro e trabalhoso, porque outra pessoa teria que fazer, desisti.

Então eu resolvi colar um adesivo na porta, mandaria fazer porque não existem produtos para vender do Calvin, sim o autor proibiu e quem conhece as tirinhas entende perfeitamente o porquê, comercializar Calvin e Haroldo, em canecas, camisetas, chapéus seria ir contra tudo que o próprio Calvin fala, então eu desisti da ideia, mas acho que fazer algo no estilo “faça você mesmo” não seria ir contra tudo que eu li e que amo, e teria os dois mais perto de mim. Pensando nisso, sonhei com uma parede recheada de tirinhas, tipo essa:


Quarto do Nino do castelo Rá Tim bum
               

Hi there, thank you vénumato

Hi people, apenas chegando nas quebrada pra avisar que existe anônim@ entre nós.

Não espere postagem boazinha quando ele estiver com papel e lápis na mão.


Agora que postei, vou voltar pro meu conforto no meio da sala do Sofá e relaxar até que uma das gurias me chame pra escrever sobre assuntos polêmicos (ou não?)

terça-feira, 3 de março de 2015

A tecnologia é uma péssima mãe

A tecnologia não soube educar seus filhos. Não é de hoje que percebo o quanto ela nos transformou em criaturas mimadas.
Posso dizer que vi quando ela chegou até nossas casas. Na minha infância ter um telefone residencial não era pra todo mundo, celular era coisa de gente rica, e internet então, nem sabia que existia. Pra falar com alguém que não estava por perto era preciso paciência, se ligasse em casa e a pessoa não estivesse, tinha que esperar voltar, até deixava recado pra quando ela chegasse retornar a ligação. Pra quem não tinha telefone, muitas vezes era necessário ligar para o vizinho e pedir para chamar a pessoa em questão, isso dava trabalho, ou seja, só ligava se tinha algo importante a tratar e que não pudesse ser feito em outro momento.
Atualmente falar com alguém é muito fácil. A internet está no celular, que fica grudado em nossas mãos quase que 24 horas por dia (conheço gente que dorme agarrado com o aparelho oO). Existem várias formas de entrar em contato sendo por ligação, sms, whatsapp, chat do facebook, etc. E esse excesso de facilidade nos transformou em um bando de resmungões. Se alguém demora pra responder já ficamos irritados (me coloco nesse balaio, infelizmente já me peguei muitas vezes olhando o celular a cada dois minutos esperando ler a resposta da pessoa) e a maioria são conversas triviais, nada de importante está sendo discutido, mas o pior de tudo, é se visualizar e não responder, minha nossa, aí o mundo acaba (também to nessa ¬¬ ).
E essa urgência que sentimos é totalmente sem sentido. Passei muito tempo sem me importar com isso, esperava tranquilamente para falar com alguém na sala de aula, ou no trabalho. Não ficava grudada no celular, mas admito que meu discman tava sempre comigo, além de muita pilha reserva pra aguentar o tempo que passava fora de casa.
Mas o que eu considero pior nesse excesso de tecnologia é a muralha que foi criada. Sim, ela serviu para diminuir distâncias, mas também fez surgir abismos entre pessoas próximas. Somos zumbis andando pelas ruas, grudados em seus smartphones, esbarrando em tudo e todos, sem prestar atenção no que acontece a nossa volta.
Dificilmente combinamos de sair com alguém pra jogar conversa fora, é tão mais simples abrir uma janela no computador e ficar ali deitado digitando. Não se convida mais a galera para ir até sua casa ouvir aquele CD novo, hoje em dia compartilhamos o link do Youtube e tá tudo certo. Nossos pais não conhecem mais nossos amigos, porque eles estão todos ao alcance de um click, mas dificilmente visitam a nossa casa.
Eu admito que essa facilidade em conversar com as pessoas é útil, muitos problemas que demorariam dias são resolvidos em segundos. Mas a falta do olho no olho, nos transforma em seres distantes, que não visualizam realmente aqueles com quem estamos conversando. Veja o exemplo disso em todos os discursos de ódio nos comentários espalhados por aí. 
Nos tornamos crianças mimadas que não gostam de esperar muito tempo por uma resposta e que abominam serem contrariados. A mãe dessa geração esqueceu de ensinar a seus filhos paciência e compreensão, talvez agora seria o momento para alguns puxões de orelha e castigos educativos, mas essa mãe infelizmente é muito permissiva e aparentemente as crianças vão continuar esperneando enquanto não conseguirem o que querem.

segunda-feira, 2 de março de 2015

[review] 50 tons de cinza

[post adaptado e originalmente apresentado no blog minhavidadeescriba no dia 15/02/2015]

Yep, fui sinceramente impelida a ir ver o incrível filme por um precinho módico no cinema aqui do Norte da Ilha. Para a surpresa de muitos foliões afoitos nesse mid-carnaval, a fila estava cheia de casais incautos, esperando por alguma coisa que prestasse no filme. Eu e a querida companhia (Aliás Thaís, vou te agradecer pro resto da minha vida subversiva por aguentar a tosqueira arduamente) apenas queríamos rir um pouco, e conseguimos.

Primeiramente esse filme é baseado num livro, que é baseado em uma fanfiction de Crepúsculo, que também - assim como a Meyer - foi escrito de forma muito muito pobre e sem muitas surpresas (Sem contar as absurdidades pra início de conversa).

E o enredo do filme? Onde tá?

Até o pessoal da Mistério S/A tentou encontrar a fraude do roteiro e não conseguiu

Acho que o mindfuck maior foi o de ter esse remendo sem nexo e pulos entre cenas, sem exatamente ter um enredo que prendesse a atenção. Muitas coisas ficaram soltas, muitas falas ficaram vazias, as cenas de sexo? Querem mesmo que eu discorra sobre o que WTF acontecia ali? Podemos concluir então que se a fanfiction era ruim (Hello, Edward e Bella?), o livro pior, logo a adaptação do filme teria que se superar. Para minha surpresa atenuou, urrum, isso mesmo. É ruim pra baraleo, mas ajuda a não ter tanta hostilidade quanto ao livro.

Toda a polêmica sobre relacionamento abusivo, stalking, e tudo mais? Hollywood deu um jeito de fazer aquela regrinha do moralismo estadunidense prevalecer. Enquanto Christian Grey no livro era um chato grudento, sem noção e com um perfil perfeito para psicopata, esse Grey do filme é... (Okay vou me arrepender de escrever isso) quase um fofo.

Calma minha gente, que é só a marca do fogão! Mais considerações, só clicar no link abaixo:

[poesia] não escreva mais cartas

[poesia] não escreva mais cartas - por B.R.Morgan

Quando o Vazio estiver à tona,
Os pensamentos à solta
Não escreva cartas

Não escreva mais cartas
Quando não houver mais palavras para explicar
Ou quando não houver nenhuma para justificar
Não escreva

Guarde as notas, os lembretes, os post-its,
Não escreva mais cartas
Elas não irão resolver seus chiliques
Muito menos vão desvendar suas crendices
Não guarde nenhuma carta


E principalmente se for querer manter tudo em segredo
Não escreva desabafos,
Esses são os mais puros e raros,
De seu repertório de poucas canções

Não desperdice suas linhas
Intrincando missivas
De meigo recato
Ou eterna solidão

Não escreva cartas
Mais nenhuma delas
  
Se a dor apertar,
A barriga roncar,
O peito murchar,
Não escreva cartas
(Espere o atestado e a prescrição)

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