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terça-feira, 29 de junho de 2021

The Library of Crazy Things - part 2

Fortunately, I could leave the room and be free of his voice. On the way to the front desk, I came across Sir Reginald, doing his round and moving things out of place. 

Me: Again whit this “thing”, Sir? 

Sir Reginald: Like a told you before Cassandra, the best way to organize a Library is putting things in the wrong place! The fun is in the treasure hunt, the journey, not the destination! You will thank me for that one day! 

Me: NO, I WON’T! You realize that every time you do this, I have to redo your work? You make me work double, always double, IT’S NOT FUN!

Sir Reginald: For me it is! Hahahahaha

Me: I hate you, Sir!

Out loud I blame Sir Reginald for the mess, but in fact, he doesn’t do anything, is the library which does. Nothing will be found in the place that was supposed to be, EVER, to find something you must not look for it, it is like flying, quoting the guide You have to have your attention suddenly distracted by something else then you're halfway there”, lucky for us, the library provides a lot of distractions, like the wall of Cthulhu. Most of the time he is sleeping, always tired and grumpy, like a good, old, ancient God. But it’s funny to watch, sometimes he grabs his teddy bear and is really comfy and happy, the problem is, that is the real Teddy, and he doesn't like it so much, but appreciate not being killed, and things like that.

Me (whispering): Hi Teddy! How you doin’? Felling cozy and warm?

Teddy: Hi Cassandra! Yes, I'm fine, thanks, he is a bit lonely this week, his pet had to leave for a few days, something in Japan I think, but he will be back soon, today if I’m not mistaken.

Me: Good, ‘cause I need you help to organize the room for our new guest, he finally decided to stay with us, was felling alone in the center of the earth.

Teddy: Oh, lovely, Kong in a sweet fella, love him!

A bell is heard and Cthulhu woke up and went to welcome his pet.

Me: Hi Zilla! How was the trip?

Godzilla: Hi Cassandra! Everything ended well, just another silly human woke up an ancient monster, you know, the usual!

Me: I see! This is becoming I real problem, someday Tutu will be full of it, and end the mankind for sure!

Godzilla: Nah, he doesn’t admit, but he likes them, they are the only ones who worship him. I really don’t know why, they’re something else! Oh, sorry, I forgot you are a human too.

Me: Oh, it’s ok, I can see all the bad things in the world, can’t disagree.

Cthulhu had returned to his bed and was calling for Zilla to be with him, who promptly answered his call. Teddy was finally able to leave the wall and headed towards Kong’s room, eager to organize everything.

The Library of Crazy Things - part 1

   work in a libraryand we always have interesting people walking around. Every monday we host a meeting with some kids from the neighborhood and they often ask incredible questions.

Kid:  Excuse me ma'am, do you have a book about Schrödinger's cat and Pavlov's dog? 

Me:  It rings a bell, but I'm not sure if it's here or not. 

Sir Reginald:  For God’s sake Cassandra, this joke is so out of date, please, behave yourself! 

Me:  Sorry Sir. 

      The kid was shocked and stared at me in panic. 

Kid:  Uh, you know that you have an elephant in the room, and that it just talked to you? 

      This question made a few eyebrows raise in the room. 

Me: Of course, HE is Sir Reginald, the owner of this library, and if you need anything just ask him, because, you know, they never forget, ever.

Kid:  Dammitand I thought this was a normal library, I knew that was too good to be true. 

   The kid stormed out of the room after that, never waiting for me to check if we had the books that he asked for. And of course, we have, we have all the books in the world, you see, our library is a magical one (I think you realize that when Sir Reginald appears, but I had to make it clear, who knows, your library could have an elephant in the room too.) Well, like I was saying, our library is a magical one, we have anything you might need, and when I say anything, IS ANYTHING. If you need a Dodô to show in your class, we have one, but like all magical things, there is an issue. Our Dodô is an arrogant moron, who likes to annunciate his presence whit a loud and awful anthem, in a totally off-key voice. 

New group of kids arrive to the library. 

Leader of the group:  Ma’am, we hear that you have a Dodô, we wonder if we could see him? 

Me:  I don’t think is a good idea folks

Kids (together):  Pleaase!?!!

Me:  Ok, ok. But don’t say that I didn’t warn you. Come with me!

As we enter his habitat, Go-go the Dodô (he chose his name, not my fault, but I think he likes Wham!) starts to sing.

"Go-go the Dodô, Go-go the Dodô 
From Madagascar to the world 
I’m the King, and Julius is an impostor
Go-go the Dodô, Go-go the Dodô 

No rhythm, no tuning, just awful. 

Me: I TOLD YOU, HIS NAME IS JULIAN, NOT JULIUS!

Dodô: WHO CARES, HE IS AN IMPOSTOR ANYWAY!! I’M THE KING OF MADAGASCAR!!!

And he started singing again. All the kids run away in the first verse and no one, except me, was left there to endure him. Most of the time, mainly when I have to clean his room (because he behaves like a teenager, and leaves the place a mess, he is competing whit Groot, but that is another story) I wear ear plugs, this is the only way to stay in that place for more than one minute.


Reativando a criatividade

Boas vindas aos que decidiram entrar aqui!! 

Antes de mais nada, sim, isso é um blog, sou velha, aceitem! 

            Depois de muito tempo resolvi reativar esse blog para postar coisas que tenho escrito, pequenas histórias e contos produzidos aleatoriamente. Será tratado apenas como uma forma mais organizada de publicar já que tive muitas respostas positivas sobre meus textos. (Como já faz tempo que não lido com esse blog, depois vou tratar de dar um up no visual.) Agradeço aqui principalmente a maravilhosa Dani Diniz (pra quem não conhece é uma professora das ótimas, indico demais!!) pelo "empurrão", já que essa primeira história surgiu de um exercício de nossas aulas, e por isso está em inglês, como ainda está em construção será postada aos pedaços. Espero que se divirtam lendo do mesmo modo que me divirto escrevendo! Boa leitura!!




              A Anciã do Clã das Pandas Ninjas do Ninho dos 5 Gatos Sonolentos* está de volta!!


*Título recebido de Morgan, que foi mais do que aceito e será carinhosamente usado!!

domingo, 20 de agosto de 2017

A morte, angústia de quem vive


   Sim, eu voltei! Tô há certo tempo pensando em voltar a escrever, mas a preguiça tem mais força, mas esse assunto tava martelando na minha cabeça e resolvi colocar no papel.

   Morte. Precisamos falar sobre a morte. Essa palavra parece amaldiçoada, ninguém gosta de ouvir ou falar. Sempre tem alguém pra tentar mudar o assunto. É só buscar cenas de morte em filmes, séries, novelas que você vai perceber, como esse cena de Chicago Fire:


Desculpem a falta de legenda 😢


   E essa cena se repete em dezenas de mídias. Mesmo com a morte em suas mãos ninguém ousa falar sobre ela. E isso é triste. A morte é a única certeza da vida, e ignorá-la não a impede de acontecer.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Cada um sabe a dor de ser o que é.


Sabe quando você está triste, está, por exemplo, sofrendo por amor, ou se sentindo só, ou achando seu corpo feio, ou não conseguindo controlar seus sentimentos e de repente entrando numa depressão, e daí você resolve conversar com um (a) amigo (a), desabafar, se abrir e seu (a) amigo (a) te responde com um hipócrita e sonoro "Ah, mas você tem saúde, você tem onde morar. Tem gente morrendo de câncer no hospital. Tem gente morrendo de fome na África. Tem gente cortando a pele na Patagônia."
Aaaaahhhhh... Que saco!

Se você é o (a) amigo (a) da história, APENAS PARE! Please!



Óbvio que há pessoas na África morrendo de fome, é claro que há pessoas lutando contra uma doença terminal num hospital, ou pela vida na faixa de Gaza. Também é sabido que há famílias que perderam entes queridos em catástrofes, aliás, há catástrofes, há epidemias, há pobreza, há sem tetos, há violência, etc etc etc... E nada disso é insignificante. Eu sinto, você sente, nós sentimos por todos eles e sentiríamos muito mais se fosse conosco. É doloroso demais, é incompreensível e quase inaceitável, por exemplo, ver uma criança com uma doença terminal ou violentada.
Há problemas que envolvem as vítimas e nos envolvem também e devemos lutar o quanto pudermos contra isso, como; a violência doméstica, violência contra mulheres, contra homossexuais, a violência contra todos de forma geral, o racismo, o machismo, os preconceitos e suas consequências.

É lamentável, dói demais tudo isso. Mas, vamos com calma queridos (as)!
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é", já dizia Caetano.
Não é porque o todo derrete-se em problemas, que não devemos observar o indivíduo. Afinal de contas, o todo é feito de indivíduos.

Não é porque há alguém sofrendo num hospital que eu não posso sentir dor, e além disso querer que alguém se sensibilize com minha dor e me ajude a superá-la.
Quando um (a) amigo (a) vier contar sobre seu sofrimento (seja ele o cachorro doente ou uma enchente devastadora) pense antes de responder. Sei que não é fácil para todos ser empático, (aliás, eu mesmo sou um desastre em ser altruísta, tenho trabalhado nisso confesso) mas não custa tentar. Respire e pense, tente averiguar a situação e entender o contexto para então dar sua opinião a pessoa que pediu (SE ELA PEDIU, NÃO SE META SE NÃO FOI CHAMADO (A)).
Ou se não sabe o que falar, seja sincero! SIMPLES:




Não temos como medir a dor que alguém está sentindo. Nem mesmo a pessoa é capaz de descrever. Então, devemos respeitar. Há dores e dores. Há dores no corpo, na mente, na alma e cada uma tem sua intensidade dependendo do contexto e de quem a sente. Ou seja, o fato de eu lembrar que há crianças doentes não faz com que a depressão de alguém diminua, entende? Para algumas pessoas, pensar nisso pode até piorá-la.
Além do que há momentos distintos para cada pessoa. Ou seja, hoje passo por problemas que "tiro de letra", mas, se fosse há dois anos atrás eu estaria em prantos. Há problemas que para mim podem parecer um elefante gigante sobre meu peito, mas o mesmo problema para outro pode não fazer diferença alguma.
Os problemas podem até serem "os mesmos", mas a alma que o comporta é diferente. Nem todo mundo tem a mesma força, a mesma compreensão das coisas, a mesma criação, o mesmo contexto e base familiar, a mesma renda, o mesmo convívio social, a mesma família... você me entende agora?
É isso.

Respeite o problema do outro. Respeite! APENAS.

E se você se identificou com o texto, está passando por uma fase muito difícil, saiba que "TamoJuntx". Você não é o pior dos seres humanos, você não é simplesmente incapaz porque nasceu incapaz e nada vai mudar. Você é linda, você é lindo, você não está só.
Pense se você teria coragem de dizer tudo que você diz a si mesmo  para o seu filho, sua filha, ou para você no passado. Você o chamaria de incapaz? Você o diria as mesmas coisas terríveis que diz a si mesmo hoje em dia? Repense!

Procure afago em você mesma (o), procure amigos, se você acredita em Deus, o procure também.



Força!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Estupro - O problema está na cabeça, de cima.

Oi gente,

Vamos falar sobre Castração Química para estupradores?

Bem, vamos lá.

O que é a Castração Química afinal de contas?

É uma forma TEMPORÁRIA de castração ocasionada por medicamentos hormonais que reduzem a libido, que bloqueiam o hormônio testosterona e contribui para que seja reduzido o apetite sexual.

Agora o que é Estupro?

Art.213 da Constituição diz: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

A definição de Estupro, na lei, é prática e objetiva. Acho até que por uma questão de redação mesmo. Mas, agora olhemos a mesma definição e partamos para uma compreensão e interpretação mais aprofundada.

Percebem que o estupro não se trata de apenas sexo à força? Ou de penetração? Percebem que o estupro está ligado a violência? Ao ato de ameaça? Ao descontrole? A personalidade? A crueldade? A mente?

Onde você quer chegar com isso Cris?

Ao exato ponto de que Castração Química NÃO É SOLUÇÃO.

Não é uma questão de simplesmente diminuir a libido. O homem que estupra tem nele incutida a maldade de fazer mal ao mais fraco. Ele tem um problema e não está no pênis.

A Castração só o deixará ainda mais alterado. Não há necessidade apenas do pênis para que um estupro seja cometido, (volte a definição no artigo 213, para conferir). O estuprador continuará violentando (com o que tiver ao seu alcance, sejam objetos, sejam palavras... até que se cometa o homicídio), pois a questão não se trata só de tesão sexual, se trata de um "tesão em estuprar, em torturar e ver o outro sentir dor enquanto ele sente prazer". Se trata de um descontrole. De um problema mental, emocional e estrutural (e social).

Agora, sabe o que piora a situação?
A proteção velada ao estuprador. 

Quando você alimenta a Cultura do Estupro, por exemplo. Aliás...

Vamos falar de Cultura do Estupro?

A Cultura do Estupro é uma construção que envolve crenças e normas de comportamento, estabelecidas a partir de valores específicos, que acabam banalizando, legitimando e tolerando a violência sexual contra a mulher (ou contra homossexuais, crianças...).
A Cultura do Estupro é a culpabilização da vítima, a sexualização da mulher como objeto e a banalização da violência contra a mulher.

Quando você, amiga e amigo, tenta arranjar todos os motivos e argumentos possíveis para culpar a vítima no caso de estupro, você está praticando a Cultura do Estupro.
Você homem, quando faz comentários a uma (ou sobre uma) mulher de forma que a objetifique, está praticando a Cultura do Estupro.
Vocês que acham que a luta das mulheres é insensata, é balela, que são todas se vitimando, estão cometendo a Cultura do Estupro.
Você que "come aquela mulher bonita na rua com os olhos" (quando não solta cantadinhas), mas, não permite que sua esposa, namorada e amiga use a roupa que ela bem entender, que não permite que ela se vista como "puta" (puta, igual aquela menina que você secou e desejou enquanto atravessava a faixa de pedestre), você é um baita de um machista cometendo a Cultura do Estupro.

Enfim, para fazer algo diferente que tal ensinar seu filho a não tocar em nenhuma mulher sem a permissão dela, ao invés de só ensinar a menina o modo como ela deve se vestir.
Não ensine seu filho a ser "o pegador", ensine-o a ser o "respeitador". Já será um grande passo.

Você, quando for fazer piadas machistas, interromper uma mulher enquanto ela tenta falar, gritar ou levantar a mão para ela, ou simplesmente desmerecer o que elas estão falando e fazendo com um IRRITANTE "a pia deve estar cheia de louça", PARA E PENSA. Aliás, PARA. Pelo amor de Deus, não continue reproduzindo o machismo.

Sabe aquela frase "a ocasião faz o ladrão"?
Pois é, o machismo é a ocasião do estuprador.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Para entender um pouco mais sobre política

Não podemos ignorar as últimas notícias sobre a política brasileiro que rodam por nossas redes sociais, é muita informação sendo jogada em nossas cabeças, e é preciso um pouco de noção de política para entender o que está acontecendo. Sinceramente isso não é fácil, já que dentro de nossas salas de aula esse assunto não é algo muito tratado.
Meu objetivo nesse post não é convencer ninguém sobre nada, até porque acredito que todos devam ter suas opiniões, mas “Por que sim! Não é resposta” como já dizia o querido personagem do Castelo Rá-Tim-Bum, é necessário informação para formar opinião e defender alguma causa.
Então antes de escolher um lado, ou não escolher nenhum, acho interessante compreendermos o que é política. Poderia indicar aqui várias pessoas que conseguem de forma simples explicar esse assunto, mas acho que ninguém melhor que Mário Sérgio Cortella para fazer isso. (Lembram dele nesse post aqui?)


O livro Política: para não ser idiota em parceria dele com Renato Janine Ribeiro é um ótimo começo pra entender. (Pra quem quer ler já, é só clicar no nome do livro que aparece ele em PDF). 
Quem tiver interesse, uma boa leitura! :D

domingo, 13 de dezembro de 2015

o tal do complexo de atlas


A Florentina de Gezuis sabe dos paranauê do Atlas...

O complexo de Atlas é uma expressão típica usada para denotar o quanto um indivíduo carrega de peso (Ou o mundo se preferir) nas costas por conta de um débito com a sociedade/particular ou pelo simples fato de jogarem o fardo todo para cima dele.

Assim como o mito do titã Atlas (Não, ele não era da formação original dos Titãs, tá?) - que foi condenado a segurar literalmente o globo terrestre (Há divergências sobre o globo e a abóboda celestial, aí o peso seria terrivelmente pior) em suas costas por toda eternidade - muitas pessoinhas fofas e sem estrutura de um magnânimo personagem fictício indestrutível também sofrem do mesmo castigo.

Se é que é castigo, algumas vezes nascemos com esse fardo antes mesmo de sabermos quem somos no mundo. Uma herança talvez, um sintoma da sociedade contemporânea que não conseguiu estabelecer suas regras, ou sim, também pode ser castigo.

Vejo com frequência jovens como eu, chegando aos 3, tentando arduamente expressar algo que seja seu unicamente. Algo original, algo que os satisfaça como de autoria própria, algo que faça a vida ter sentido do modo como dá, mas o bendito do fardo que carregam às vezes atrapalha o processo de maneira cruel.

São jovens (E crianças também, por que não? Já vi gurizada de 10 anos mais sábias que muitos marmanjos de 30 e 40 por essa vida de biblioteca escolar) que lentamente vão testemunhar sua falência de movimentos bruscos por conta da dor nos joelhos e na lombar por carregar o peso do mundo nas costas. Sem querer. Sem pedir. Sem ter garantia de quando vão se livrar daquilo.

Afunilando mais  reflexão aqui, os complexados de Atlas suportam mais do que deveriam, mais do que suas estruturas ósseas, emocionais e psicológicas conseguem manter. Cada esforço para dar um passo em mudança ou até mesmo sair do lugar é tão dolorido quanto carregar o fardo. Alguns não se dão conta disso até verem o fardo do outro, outros jamais vão admitir que aquilo ali nas costas eram um fardo (Alguns tem até um orgulho mórbido dos seus), outros que conseguem deixar um pouco do fardo ser aliviado por outrém (terapia é um ótimo começo, moçada) tem essa breve lembrança de infância quando o peso não era tanto, quando tudo era mais simples de se entender e difícil de se entrsitecer.

O fardo de Atlas (o mito) é contraditório, pois o titã claramente odiava a Humanidade por serem inferiores aos Titãs e os Olimpianos. Carregá-los para todo o sempre foi o seu castigo. Ter que suportar o peso que eles têm sob si foi o castigo, saber que era a base de sustentação de um mundo em que adoraria ter sob o controle, mas agora dominado por seres fracos e mortais era o castigo. A impotência de Atlas para realizar suas ambições e suas paixões foi o seu fraco: carregar o mundo nas costas a consequência.

Atlas de bronze por Lee Lawrie e Rene Paul Chambellan
em frente a Igreja de São Patrício em NY.

Mas como nós, meros mortais, temos em comum com o famigerado titã?
(Eu, por exemplo sempre gostei do Arnaldo Antunes)
(Sim, isso foi uma piadinha infame)

Nós carregamos no fardo os nossos sonhos, nossas angústias, nossas frustrações, nossos medos, nossas realizações, nossos amores e muito mais. O fardo é nosso. Ali também contém um pedaço de nós mesmos. Como então dar a lôca e jogar isso tudo pro alto? Como é possível se sentir aliviado de algo que faz parte de você desde que você se constituiu como pessoa?

Como carregar o mundo (o seu) e mais dos outros pode afetar nossa própria personalidade?

Ter a realização que há um fardo universal e que estará ali já é um bom começo. Ter a noção de que esse fardo vai moldar muitas das suas escolhas na vida (E de outras pessoas também) é algo importante a se relevar. Mas deixar que o fardo se transforme num hiper-ultra-blaster-megazord que ocupa totalmente a sua vida e não te deixa respirar, aí sim temos um problema. Claro que há certas situações em que o fardo é autenticado e pregado a sua lombar e que nunca mais irá sair - vejamos os fardos familiares com nós na ponta tão apertados, que deixar escapar algo para liberar o peso pode ser fatal para toda uma comunidade - e esses se deve ter muito cuidado. Esses fardos de difícil desassociação estarão lá sempre, não vai adiantar esvaziar um bocadinho agora, algum dia eles voltam com mais volume.

Os fardos para nós são diversos, mas quase convergindo para o mesmo ponto de apoio: as costas.

É ali que se encontra a maior parte dos nossos órgãos vitais - coração, pulmão, estômago, fígado - e é ali que a sustentação do fardo se aloca para se adaptar melhor ao indivíduo. Muito da distribuição de peso vai para o coração e o estômago, o restante do conjunto sofre com o peso estrangulando músculos, comprimindo artérias e trincando ossos. Não adianta fazer academia, ter alimentação saudável, ser cidadão "de bem", pagar impostos, seguir as regras, o fardo estará ali, pesando mais e mais enquanto a vida prossegue.

Por experiência particular, eu soube do meu fardo ao estabelecer o Outro. O meu contato com outras pessoas me deu noção de que meu fardo pode aumentar ou diminuir se assim eu me permitir. Saber o limite do Outro é estabelecer um limite para essa pandoca aqui que vos escreve. Tenho essa noção chata internalizada desde pequena, do o que ou não devo fazer para não aumentar o meu fardo e os ao meu redor. Sei que é extremamente delicado e impossível realizar isso com maestria, mas tem funcionado um bocadinho quando tento colocar as coisas em ordem novamente na sustentação dos meus joelhos.

Farnese Atlas em mármore - escultura romana.
Ter a consciência do fardo do Outro é importantíssimo para sabermos até onde podemos aguentar o nosso fardo e hey! Por que não talvez ajudar no fardo do Outro? É uma boa concepção de vida, me parece justo ter o conhecimento do meu fardo e querer compartilhar com quem está perto de mim (Ou longe, viva a Internet!). Talvez o meu fardo seja parecido com o seu. Talvez o seu fardo não me seja compreensível de desamarrar o bendito nó para esvaziar um pouco, mas só de termos contato e percebemos mesmo que os fardos podem ser aliviados, tudo muda na nossa vida.

Sinceramente só queria que alguns fardos de gente chegada a mim não fossem tão pesados. Isso vai encurvando a pessoa de tal maneira que o sentido da vida dela vai se tornando o fardo.
(Já disse que dá probreeeeema, pois então. Dá.)

Muitos de nós temos essa sensação de Atlas carregando o mundo nas costas, é até corriqueiro dizer isso de alguém que você conhece que parece estar carregando tantos problemas e tantas situações de vida que é difícil vê-lo superar ou aliviar aquilo. Cada fardo é um fardo e cada um carrega o seu. Ao meu ver, nenhum titã que participou da Titanomaquia (Aquela briguinha besta entre deuses e eles que trouxe castigo eterno pra uma pancada tipo, Sísifo, Tântalo, Prometeu e talz...) recebeu uma punição, mas sim uma consequência daquilo que mais almejava em sua vida.

Isso talvez possa ser transposto para o fardo nosso de cada dia.

Eu acredito que meu fardo seja eu mesma produzindo aos poucos para me atolar algum dia em breve nas minhas próprias mancadas, besteiras e decisões. Isso só veio com a percepção do Outro, o fardo de outrém me dá noção de como devo carregar o meu. Vi muitos fardos na família sendo cruéis e massacrando pessoas até sua completa inexistência como indivíduo. Esses fardos em formas distintas (garrafas, pílulas, papéis, malas de viagem, quinquilharias de segunda mão) trouxeram projeção pro meu fardo: até hoje morro de medo de estar carregando peso demais quando não deveria ter algum. E só o morrer de medo de não carregar algum já é um fardo.

Eita círculo vicioso.

Cuidar do fardo também não deve ser trágico, mas precisa de cuidados especiais para não se perder a cabeça (Literalmente). Há fardos que nem posso imaginar como são alojados distribuídos em costas tão sensíveis e pequenas. Há fardos que enxergo tão bem que para mim chega a ser uma forma implícita de ajudar, mesmo que não seja na hora, mas com um simples gesto de: "Oh, assim, olha só o meu fardo, ele também é parecido. Bora trocar figurinhas e ver se um deles se esvazia mais rápido?" - há fardos, eu sei, que não irei compreender - e desses eu tenho um apreço mais especial em desvendá-los para o dia que alguém precisar de pelo menos uma conversa rápida sobre pesos, medidas, equilíbrio e taxa de importação/exportação.

E já que estamos no final de ano, pensar nos fardos costuma ser algo mais acentuado quando há tantas reuniões familiares. Fardos esses que são bem pesadinhos por assim dizer, eles costumam ficar por um bom tempo se mexendo e revirando o restante do conteúdo do fardo que a gente carrega (Às vezes faz uns caírem por terra e ao invés de sentirmos alívio, é um enorme pesar por ter deixado escapar). Sei que o texto de hoje foi sério, mas é bom para deliberar quando estivermos ali, sentados na mesa de jantar, reunidos com os parentes e de repente perguntar:

O que raios eu tou fazendo aqui? Isso é demais para mim.


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

I'm Back!!


Dá o play pra animar o post! \m/

Yeah baby, tô de volta! Assim espero pelo menos, porque vou ser sincera, não tá fácil não. Tô aqui tirando pó do teclado, buscando rascunhos e revirando anotações para voltar a escrever (o blog e meu tcc, que estão mais do que congelados). Ultimamente meus dias estão muito corridos, nem nas férias eu tive folga, e graças a uma constante de problemas e tensões, meu corpo não aguentou, e agora estou aqui, me recuperando de um esgotamento mental. Por estranho que pareça, não foi meu trabalho que me deixou no limite, esse na verdade me dá uma certa paz, mas a minha vida pessoal, principalmente a parte financeira, que resolveu me surpreender com problemas aparentemente intermináveis.

Não é fácil admitir que não se está 100%, mas quando você começa a notar que uma noite de sono não é suficiente para descansar, ou que seus programas preferidos se tornaram tediosos, você percebe que tem algo errado. Uma das coisas que não conseguia mais fazer era escrever, e bloqueio de escrita é algo cruel!

Ficar parado em frente ao computador, (ou se prefere escrever no papel, ficar encarando o caderno, fazendo desenhos surrealistas impressionantes nas bordas das folhas) e não sair nada, horas e horas pra conseguir terminar um parágrafo, e ainda por cima terminar achando ruim. E quando a escrita é obrigatória, no meu caso o tcc, aí mesmo que desanda. Ser obrigado a escrever quando não se consegue parece que bloqueia triplamente a capacidade de raciocínio.

Tô recuperando meu animo, os interesses em livros, filmes, séries e principalmente em escrever, voltaram, não totalmente, mas tá muito melhor. Agora é conseguir manter o ritmo e esperar pelos dias de sol (sério São Pedro, já deu o que tinha que dar essa chuva, e olha que eu e o Sol não nos damos muito bem, mas já consegui até ficar com saudades dele!)

Fiquem ligados que esse sofá vai ficar movimentado! \o/


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